“Produtora, agência cultural, realizadora de ideias improváveis e sua fonte semanal de conteúdo duvidoso”. É assim que a 300 Noise apresenta-se ao público em seu site na internet (https://300noise.com.br). Bem irreverentes, a produtora acaba de estrear o excelente documentário “O Parque da Juventude e a Vida que Reverbera”, que conta em cinco episódios em um Podcast, no Spotfy; e três episódios no Youtube, a história do antes e depois da construção do Parque da Juventude, localizado na região de Santana, Zona Norte de São Paulo.

Contemplada pelo Programa de Valorização de Iniciativas Culturais (VAI), da Prefeitura de São Paulo, a 300Noise conta a história da localização que já abrigou uma tribo indígena, o maior presídio da América Latina, o Complexo Penitenciário do Carandiru (palco de rebeliões violentas e do maior massacre de presos pela PM que marcou para sempre a memória da cidade), até transformar-se em um dos lugares mais reveladores do que é a vida na cidade de São Paulo; o Parque da Juventude Dom Paulo Evaristo Arns (um complexo cultural, recreativo e esportivo da Zona Norte de São Paulo.

Segundo Felipe Henrique Alves Guedes, um dos idealizadores do documentário, “há muitas formas de se estudar esse lugar, pode ser observando seu projeto, os eventos que já aconteceram lá e até a triste história do Presidio. Nós estamos propondo um caminho pouco explorado dessa história, entendendo que a Cultura, em especial, a música, abre portas importantes para entender todo o processo”, diz.

O leitor pode acompanhar o projeto pelos links do Youtube:

https://youtu.be/fUQr_ft1ge4 (1º Episódio: “Da Terra Indígena ao Carandiru”); https://youtu.be/byRoqlbcb4c (2º Episódio: “Da Metrópole ao Massacre”); https://youtu.be/48idO78tn14 (3º Episódio: “Do Massacre ao Fim do Presídio”). E no Spotfy: https://open.spotify.com/episode/4wEqQ12cXgz2vmNyvJbulK?si=fb17cc9e297a448b, quando você poderá ouvir entrevistas com pessoas que participaram, do ponto de vista cultural, da vida do Presídio e, agora, do Parque da Juventude. No primeiro episódio, Guilherme Leria entrevista a atriz, modelo e militante pelos direitos humanos Sophia Bisilliat. No segundo episódio, entrevista com Tiago Kinzari, agitador cultural, bibliotecário e ex-funcionário da Biblioteca do Parque da Juventude; no terceiro episódio, conversa com o pesquisador em linguística, professor e autor da tese “A disper(segui)ção da memória em Carandiru”. No quarto, entrevista com Ed Carlos, morador, ativista e presidente da Associação Sempre Zaki Narchi, que vivenciou de perto todo o terro do massacre, inclusive, relatos assombrosos com vozes pedindo socorro de dentro das celas já esvaziadas no pavilhão em que tudo aconteceu. E, para finalizar, entrevista com a ex-funcionária da Biblioteca e filha de ex-detento do Carandiru, Milka Fernandes.