Quando a Justiça liberou a divulgação do vídeo da reunião ministerial, as atenções ficaram voltadas para o crime de responsabilidade cometido pelo Presidente Bolsonaro ao defender intervenção na Polícia Federal do Rio de Janeiro e para o vocabulário de baixo calão usado indiscriminadamente na reunião, mas também deveria ter sido dada a devida atenção à fala do Ministro Paulo Guedes que defendeu emprestar dinheiro apenas para os grandes empresários alegando que só assim ganhariam dinheiro e que caso emprestassem para pequenos empresários o dinheiro seria perdido.

É importante ressaltar que a maioria dos empregos de carteira assinada no Brasil é justamente em empresas de pequeno porte nas quais o governo afirma que não quer investir para não perder dinheiro. De acordo com a Senadora Kátia Abreu, que vem fazendo um trabalho de compilação dos dados dos Bancos, já que o governo está sendo pouco transparente sobre esse assunto, só 8% dos créditos novos, de um valor total de meio trilhão oferecido no Mercado após a pandemia, foi para as pequenas e médias empresas, enquanto 57% ficaram para os grandes empresários.

Sabendo da dificuldade que os pequenos empresários estão passando, o Congresso aprovou uma linha de crédito de 40 bilhões para este segmento, mas com as exigências do governo Bolsonaro para a liberação dos empréstimos e a notável falta de interesse dos Bancos privados, que preferem oferecer sua própria linha de crédito, apenas 1,9 bilhões foram liberados até o momento.

Com a pandemia cada dia mais descontrolada, a saúde financeira das empresas brasileiras está cada vez mais abalada. Sem uma solução para a falta de crédito, a recuperação do emprego e da economia fica cada vez mais duvidosa.


 

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