O ditado popular diz que ‘a política manda sinais de fumaça’. Na minha opinião, foi isso que aconteceu durante a entrevista do presidente do PSD e ex-ministro Gilberto Kassab ao jornal O Globo. A conversa ocorreu logo após Kassab ter almoçado com o Presidente Lula. As entrelinhas da entrevista pode estar dito que a Frente Brasil Popular, liderada por Lula, pode ser ampliada, incluindo novamente o PSD. O partido já foi da base aliada nos dois primeiros mandatos de Lula e no primeiro mandato de Dilma.

Como faltou alguma habilidade política no segundo mandato de Dilma, a aliança se desfez. Mas, em política é preciso olhar pra frente.

O vice-presidente Geraldo Alckmin, por exemplo, já deu diversos sinais que está à disposição e topa continuar na vice-presidência, ser candidato a governador de São Paulo, ao senado ou até deputado federal para impulsionar a bancada do PSB. Partido que, por sua vez, já fala em retirar o “S”, de Socialismo, da sigla. Cá entre nós, muito coerente.

Por outro lado, não está descartada que a maior Federação Partidária formada pelo União Brasil e Partido Popular possa, no frigir dos ovos, propor a indicação do vice de Lula, em 2026.

Mas, Lula já deixou claro que a prioridade é manter a Presidência da República como está e focar na eleição de senadores, para evitar que a extrema-direita tome conta do Senado, a partir de 2027. Isso significa que os principais quadros políticos do PT vão disputar o Senado e não governos estaduais. Em 2026 serão eleitos dois senadores (e dois suplentes) por Estado com mandato de 8 anos.

A mídia empresarial e corporativa continua ampliando o cerco que faz contra o governo Lula, principalmente, agora com reais chances do PT emplacar o quarto mandato de Lula. Embora, o governo federal tenha conseguido romper parte desse cerco com propagandas institucionais assertivas, como o anúncio do Túnel Santos/Guarujá, que vai beneficiar 2 milhões de pessoas. O governo federal não deixou que Tarcísio faturasse em suas costas. Uma obra prometida e que está no papel há 80 anos, pelo menos. A propaganda é excelente: “Obra do governo federal”.

Uma grande Federação formada pelas federações PT/PcdoB/PV e pela federal PSOL/Rede pode sair. Fico com os dois pés atrás porque poderia diminuir muito o número de candidaturas aos legislativos municipais, estaduais e federal. Por exemplo, a Câmara Municipal de São Paulo é composta por 55 parlamentares, os cinco partido só puderam lançar 110 candidaturas. Se estivesse separados, poderiam ter lançado até 275 candidaturas, nas eleições de 2024.

Já Ricardo Nunes teve o apoio de 10 partidos separadas e, assim, lançou mais de 400 candidatos e a esquerda foi triturada, no bom sentido, pois para cada 1 candidato da esquerda, o candidato adversário teve 4. Chegamos no segundo turno, derrotados. Claro, que houve outros fatores, mas o foco agora não é o passado. No entanto, é sempre bom aprendermos com os erros e acertos.

O grande desafio do governo Lula será reduzir os preços dos alimentos nos supermercados, as taxas de juros (Selic), que ainda está em 15% (embora a expectativa seja de queda em 2026.

Trump

Está claro que o governo Lula passou a enfrentar os maiores e injustificáveis ataques do atual presidente dos EUA, Donald Trump, e das chamadas Big Techs, as maiores e mais influentes empresas de tecnologia do mundo (Alphabe/Google, Amazon, Apple, Meta/Facebook e Microsoft), que têm grande impacto na economia global e na vida das pessoas, devido a escala, alcance e inovações.

Essas ataques não aconteciam nem durante o período da ditadura militar (1964/1985). Trump e as Big Techs querem asfixiar política e economicamente o governo Lula para derrotá-lo em 2026. E, para isso, ganharam o apoio de inimigos internos, principalmente da direita e da extrema-direita, que tentaram inviabilizar o funcionamento do Congresso Nacional. As taxações sobre produtos brasileiros exportados aos EUA servem, única e exclusivamente, para quebrar a espinha dorsal do governo Lula.

Por outro lado, não podemos nos esquecer do cerco ao judiciário brasileiro, em especial aos ministros do STF, sobretudo, ao ministro Alexandre de Moraes, escolhido pela extrema-direita e pelo governo dos EUA como avlo principal deste ataque. Justamente Moraes que encabeça dois julgamentos fundamentais para a defesa da democracia: os crimes da família Bolsonaro e das Big Techs.

O governo Lula estava cercado pelos escândalos do INSS. Fraudes que aconteceram no governo Bolsonaro e descoberto no governo Lula que, imediatamente, começou a devolver o dinheiro desviado para 2,64 milhão de aposentados e pensionistas. Repararam como essa questão sumiu do noticiário?

A bola voltou para o governo Lula e para os partidos de esquerda. Agora, é jogar o jogo das redes sociais, incessantemente, durante 24 horas. O Brasil, centro das atenções do mundo, é soberano.

Este artigo é de responsabilidade do autor e não reflete, necessariamente, a opinião do CCN Notícias.


 

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