A comoção em toda a Escola foi grande. Ninguém conseguia entender o porquê a diretora Márcia Domingues havia acusado a Profa. Simone Vasconcelos de ter liderado uma suposta “baderna” e “vandalismo” programada pelo Grêmio da Escola Estadual Pedro de Moraes, no Jardim Fidalgo. Os alunos estavam protestando contra o professor de Educação Física que teria cometido abuso sexual contra um aluno.

Professores que preferiram não se identificar por medo de represálias contaram ao CCN Notícias os fatos que levaram à perseguição e o consequente afastamento injusto da Professora Simone Vasconcelos, depois de 17 anos de Escola.

No dia seguinte em que a diretora obrigou, tanto Simone, quanto os alunos, representantes do Grêmio Estudantil, a irem de sala em sala para desmarcarem a “baderna” programada, surgiram dois policiais na escola.

Os professores contam que não eram dois policiais que costumeiramente rondam a escola. Foram chamados por uma líder comunitária (que também cuidava da Escola Sérgio da Costa) para verificarem que tudo estava devidamente em ordem.

Os professores relatam que a diretora Márcia Domingues aproveitou para levá-los de sala-em-sala e ameaçaram os alunos com palavras duras e descabidas. “Quebrem agora a escola, quero ver!”, dizia ela aos berros, segundo contaram os professores. As crianças ficaram bastante assustadas.

No dia seguinte, a líder comunitária foi à escola cobrar satisfação da diretora sobre o que tinha feito. “Eu não pedi para os policiais intimidarem os alunos, Márcia, e você fez essas ameaças, que vergonha!”, disseram. E para a surpresa de todos, a Márcia negou que isso tivesse acontecido. “Ela mentiu, vamos ser claros”.

Professores contam também que a diretora os proibiram de realizar as comemorações do Dia das Crianças. “Tinha mãe que já havia se programado para distribuir brinquedos na festa”, disseram.

Relatório

Chegou novembro, e a diretora entregou o tal relatório contra Simone na Diretoria de Ensino. Constava lá o fato dela não ter entregue as demandas, uma obrigação de todo professor: como não fazer a chamada, os registros das aulas e etc. “A gente sabe que isso não é verdade, a Simone pode comprovar tudo isso”.

A Simone foi chamada a comparecer na DE. Relatou tudo o que tinha acontecido e, segundo os professores, ela chorou. Não pelo afastamento, mas de vergonha, por ter de explicar fatos que não teve participação alguma. “E ela tem todas as provas”, disseram. “Isso tudo que está acontecendo é um caso típico e flagrante de assédio. A gente até orientou a Simone a puxar o freio de mão pra ver o que poderia acontecer”, contaram. Advogados da Apeoesp, sindicato dos professores da rede estadual de educação, também orientaram Simone a esperar, e também concordam sobre o assédio cometido.

Nova humilhação

Quando Simone foi buscar suas coisas em seu local de trabalho foi, novamente, acusada pela Diretora de ter “invadido” as dependências da escola. Além disso, Márcia Domingues fez um verdadeiro inquérito entre as demais Cuidadoras para saber quem havia permitido a entrada da Simone. Todas disseram não saber.

Outras perseguições

Os professores relataram também outros casos de perseguição cometidos pela diretora Márcia Domingues. É o caso da Professora Fátima (eventual), outra que foi “convidada” a se retirar da Escola. Os professores disseram que ela também mantinha bons contatos com o pessoal do Grêmio. A diretora não teria gostado e disse que a Escola não precisava de professor eventual. No entanto, segundo relataram os professores, faltam de 8 a 10 professores por dia na escola e, nessas circunstâncias, não se deve dar ao luxo de dispensar professores. Dizem que o episódio deixou claro que a diretora tem aversão àqueles que conversam com os alunos sobre seus direitos e como defendê-los.

Inspetor Marcos

O Inspetor de Alunos, Marcos, foi ameaçado de afastamento por ter comentado com seus colegas que na gestão anterior a da Márcia, a disciplina entre os alunos parecia ser melhor. A diretora ficou sabendo da história, o chamou em sua sala e o ameaçou. “Ele quase teve um enfarto”, disseram. Ironicamente, Márcia dizia aos demais colegas que se fosse afastado ele “saberia se virar, porque tinha dois empregos”.

Secretária

Os professores também relataram o caso gravíssimo que está colocando em risco a vida de Sabrina, Secretária da Escola. A diretora Márcia a acusou sem provas de ter impresso mais de 90 páginas de uma conversa de um site de relacionamento, em que aparece a imagem do atual vice-diretor da Escola com o pênis de fora. O caso foi abafado pela Márcia”, contaram.

Sabrina, quando soube que estava envolvida nas acusações da Márcia, foi parar na psiquiatria e hoje está à base de remédios e em estado de depressão, porque isso não aconteceu”.

Cozinheira e o faxineiro

Segundo os professores, Márcia também teria assediado e ameaçado de afastamento a cozinheira da Escola por ter sido convocada pelo vice-diretor a trabalhar durante a realização das provas do Enseja. “Ela acabou não trabalhando porque não precisou”. Mas, segundo consta, ela foi ameaçada por não ter trabalhado. O mesmo aconteceu com o faxineiro da Escola que foi lá para limpar os banheiros no mesmo dia. Ela o convocou e o demitiu.

Agressão

Para concluir esses terríveis casos de perseguições, afastamentos e assédios morais cometidos pela diretora Márcia Domingues, relatados por esse grupo de professores, é o caso de uma professora que foi agredida por um aluno dentro da sala de aula, no dia 7 de dezembro de 2023. Há um Boletim de Ocorrência sobre isso. Foi feito Exame de Corpo de Delito e tudo o mais. Márcia disse que iria tomar as providências, como conversar com os pais do aluno. O tempo passou e quando a professora foi cobrar as tais providências, descobriu que Márcia não havia feito nada. Prometeu apenas que em 2024, ele não estaria mais na Escola.


671ec733 e672 4a96 8b07 b365e880d0fd